Pouca gente achava que Hugo Chávez iria aceitar assim tão fácil a derrota da nova Constituinte no referendo de domingo (2/12), na Venezuela. Quem aplaudiu Chávez pelo seu discurso manso após a derrota, começa a perceber o óbvio. Chávez não vai entregar nada facilmente. Hoje, a face mais conhecida do ditador, avançou sobre o microfone classificando o resultado das urnas como "vitória de merda".
Chávez joga b... em metade da população do país ao rejeitar o fato de que ele não tem unanimidade e que a sociedade, quando protegida, tem força e voz. Chávez avisou que poderá colocar as mudanças na Constituição de volta à apreciação popular. Como a mesma proposta não pode ser votada novamente, Chávez já tem a solução: basta que o Parlamento ou a sociedade apresente um projeto, mesmo que seja um resumo do dele ou semelhante.
Essa história, como eu previa, não vai acabar muito bem. Na Bolívia, índios Ponchos Vermelhos fizeram a degola de cães, no dia 22 de novembro, como ameaça aos opositores de Evo Morales. Os cachorros degolados vivos simbolizavam os "fazendeiros que não querem a mudança no país", disse um dos dirigentes à agêncida de notícias Efe.
Deputados da base aliada aprovaram, a portas fechadas dentro de um quartel militar, as mudanças na Constituição sugeridas por Morales. A oposição, minoria no Parlamento, não pôde participar da votação. As manifestações contrárias às reformas terminaram em quatro mortos e dezenas de feridos.
Nada disso vai acabar bem.
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