Neste país, não há espaço para os dignos e honestos. Cada centímetro desde Brasil está sendo ocupado pela corja que, mediante acordos, manobras, esperteza legal e bom relacionamento consegue o que quer. Mesmo que isso signifique o linchamento moral. Aliás, moral é o que menos importa. A saída pela tangente que o ex-deputado, Ronaldo Cunha Lima (foto), encontrou para se livrar do julgamento por homicídio, no STF, apesar de revoltante, é legítima.
Cunha Lima só estava sendo julgado pelo STF por ser um parlamentar. A partir do momento que renunciou ao mandato, tornando-se um cidadão comum, o processo contra ele teve que ser remetido para a justiça comum. A decisão final saiu agora há pouco, no Supremo Tribunal Federal. Por sete votos a quatro, os ministros decidiram que o caso não compete mais ao Supremo.
Passados exatos 14 anos do crime, Cunha Lima será julgado pelo tribunal de João Pessoa, na Paraíba. Em seu favor, está a lentidão da justiça que pode empurrar o processo até 2012, quando o crime será prescrito.
Cunha Lima esperou o quanto pôde para renunciar ao mandato. Esperou até cinco dias antes de ser julgado para sair pela porta dos fundos. A manobra do ex-deputado só revolta as pessoas de bem, como a família do ex-governador, Tarcísio Miranda Burity, morto com dois tiros disparados pelo ex-deputado. Cunha Lima confessou ter atirado contra Burity, mas disse que não premeditou o crime. Alegou que sofria ameaças de Burity, seu antecessor no governo da Paraíba.
A impunidade é a sombra dos criminosos que, munidos de excelentes (e caros) advogados, da Lei tudo extraem em benefício próprio.
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