quinta-feira, dezembro 01, 2005

Benditas sejam as urnas!!

Dirceu caiu. Caíram com ele! Mas não se iludam, companheiros, a maioria dos duzentos e noventa e três deputados votou SIM pela cassação de olho nas eleições de 2006. O que nunca vão responder à minha curiosidade é: será que Dirceu foi traído nas urnas do plenário?

Explico: para se ver livre da cassação, Dirceu fez acordos, promessas e (quem sabe) abriu a caixinha do PT aos deputados. Nunca vamos saber exatamente quanto, nem o quê, mas é certo que tentou. E, ao tentar, recebeu mais apoios do que bengaladas? Acho que não... se fosse, Dirceu teria ficado na Câmara ao invés de correr para casa, ironicamente, numa fuga estratégica ao estilo Roberto Jefferson.

Ele sabia que seria cassado. Sabia porque conhece os colegas. Sabe que a permanência dele colocaria em xeque não só a Câmara como também o governo Lula.

A saída de Dirceu tende a esfriar os ânimos daqueles que pedem justiça, mas ainda é pouco. Dirceu pode ser parte, mas não é o todo. E, falando em Roberto Jefferson, a cassação de Dirceu é uma vitória do ex-deputado e da imprensa. As duas únicas vozes que carregaram a massa a um côro de uma só voz: Sai daí, Zé!!!!

Com a saída de Dirceu, a Câmara acaba de assumir que o ex-deputado comandava mensalão, sabia do esquema de corrupção em Santo André, fez - no mínimo - vista grossa no caso Waldomiro e liderou o esquema Valerioduto. Dirceu tentou, tentou e tentou mas não venceu o medo que os deputados têm das urnas no ano que vem.

Benditas sejam as urnas!

E, se a Câmara acredita que o ex-deputado, ex-todo-poderoso, fez tudo o que acusam que ele fez, a lógica é vermos ainda outras cassações, indiciamentos pelas CPIs e... quem sabe... pedido de Impeachment!? Ah, é pedir muito!

Dirceu diz que não fez nada, não sabia de nada, não viu nada nem ninguém. Lula também.

(tentei publicar a foto do ex-deputado levando bengalada mas o blog não aceitou...(!!!!) confira a foto na coluna de Júnia Turra no site Mandando pra Rede)

segunda-feira, novembro 28, 2005

Mandando pra rede!!!!

Tive o grande prazer de receber um convite para publicar um artigo no site "MANDANDO PRA REDE". Eu já conhecia o espaço por ter uma grande amiga que é integrante do Conselho Editorial de lá, Júnia Turra, uma fera!!!!
Minhas visitas ao site são tão obrigatórias quanto os acessos diários nos jornais online. Ler notícias é uma coisa, ler opiniões é outra!
Sempre admirei colunistas por terem a coragem de expôr suas idéias e opiniões. Por isso foi com imensa honra que aceitei o convite de mandar um artigo para o MPR e dividir o espaço com jornalistas fabulosos.
Portanto, o texto do "Política ou Politicagem?" foi hoje publicado no Mandando pra Rede. O texto explica por que acordei pensando na frase "E agora José?" ... por que o brasileiro está triste... por que o medo está vencendo a esperança? Visitem e leiam as feras que tem por lá! Vale a pena!!
Ah, o artigo, pulbicado dia 28/11, pode ser encontrado no link sobre "Política".
Até mais, pessoal!

domingo, novembro 20, 2005

Quem é boneco de quem?

Essa não dá para passar em branco. O "Luladepelúcia" (foto) é o maior símbolo da piada que vivemos em tempos de governo Lula.

O artista plástico Raul Mourão iniciou o projeto em 2003, quando o presidente ainda era o ídolo de muitos brasileiros. O tempo passou e a imagem parruda do presidente transformou-se, de Buda para ($@*&%#) .... melhor não rimar.
Raul acertou. Lula é hoje um ($@*&%#).... boneco mesmo. Bem diferente da imagem "fofinha" do presidente, Lula está mais para Chucky. Aquele que causa dor e destruição mas finge que não sabe de nada. Aliás, encontrei esta mesma opinião em outras pessoas.
Nas ruas da cidade maravilhosa, onde está exposta a coleção de cem "lulinhas", teve gente que disse que daria o boneco para o cachorro. Há idéias ainda mais originais: daria para a filha de três anos pq ela adora arrancar cabeça de boneca.

A criação passou de homenagem à exposição da imagem real do presidente. Chacota, piada, brincadeira de mal gosto contra o povo brasileiro. Não estou falando do boneco não! É do presidente mesmo.

O boneco até que ficou bem bonitinho mas o preço... quanto vc pagaria pelo boneco de Lula? Eu não pagaria nada, aliás, nem de graça eu teria um em casa. Mas, só por curiosidade, cada um custa R$1.000,00. Isso mesmo. Mil reais pela imagem de boneco do presidente. Ora, boneco por boneco, nós o temos de graça todos os dias nos jornais e na TV.
Mas, se me garantissem que poderíamos fazer vodu do boneco.... bem, talvez eu pensasse duas vezes antes de recusar. Mesmo assim não existe magia vodu para que a vítima sinta fome, desilusão, tristeza, injustiça, desemprego e indignação. Estas são técnicas secretas do governo.
Muito eficazes, diga-se de passagem.

sábado, agosto 20, 2005

É isso que dá!


Ah, como é bom viver para presenciar a maravilha da física. É, pq o que está acontecendo com o caso Buratti x Palocci nada mais é do que ação-reação, concordam?

Eu já tinha avisado que o Buratti estava sozinho, abandonado e preso... e que, ser amigo de Palocci era a mesma coisa que nada! Resultado, ia abrir o bico mesmo! E abriu.. abriu um bocão danado! Vai rindo, Palocci... vai rindo!

Não quero agora comentar as denúncias, pq isso ainda vai dar pano pra manga, mas só deixar algumas dúvidas minhas....

Estranho o promotor sair do depoimento só para avisar a imprensa sobre o que Buratti estava falando, vc´s não acham? Será que ele queria só aparecer ou tinha outros objetivos?
Não foi Buratti quem pediu a delação premiada e sim o MP que ofereceu, exatamente no momento em recusam o recurso ao doleiro Toninho da Barcelona e tb ao publicitário Márcos Valério. O MP queria mesmo que ele falasse... pq?

De quem é o dedo por trás disso tudo? Oposição ou José Dirceu?

Êpa, e tem diferença?

quarta-feira, agosto 17, 2005

Amigo poderoso

Quem se dá melhor, amigo do ministro Antônio Palocci, o homem (até então) forte do governo Lula, ou de Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do enlameado PT?

(pausa para pensar...)

Eu ficaria com o Delúbio... amigo do Palocci tá mal na fita!

Esta foi a conclusão que cheguei depois da prisão de Rogério Buratti (foto). Tanto ele, quanto Marcos Valério, são acusados de tentar destruir provas contra eles mas, o "day after" de um e de outro é bem diferente...

Marcos Valério, o cabeça (sem cabelos) do Valerioduto, está livre por aí, sentindo-se a "bala que matou o Kennedy".

Já Rogério Buratti foi prestar depoimento e saiu algemado da delegacia. O depoimento era sobre fraude em licitação de empresa de coleta de lixo em Ribeirão Preto. Buratti era secretário de governo de Palocci quando este era prefeito de Ribeirão Preto. Como um marido traído, Buratti foi o último a saber o que estava acontecendo. A arapuca estava armada. O pedido de prisão já estava esperando por ele!

Já com Marcos Valério, amigo de Delúbio, foi diferente.... bem diferente!

Falemos sobre destruição de provas... A polícia encontrou mais de duas mil notas fiscais da empresa de Valério parcialmente queimadas no quintal da casa do irmão do contador dele. Seriam provas de superfaturamento de contratos usados para lavagem de dinheiro.

Se não bastasse, mentiu várias vezes, confessou ter cometido crime fiscal, chegou ao depoimento com habeas corpus (que lhe dava o direito de não responder às perguntas que pudessem incriminá-lo), teve o pedido de prisão temporária negado pela justiça e (segundo as más linguas - ou muito bem informadas) recebeu conselhos do Ministro da Justiça de como se safar junto com o PT e o presidente Lula.

Ah, tadinho do Buratti...se ele conhecesse o poder de um tesoureiro...
(foto de Buratti - Célio Messias/Agência O Globo)

terça-feira, agosto 16, 2005

Rir, para não chorar!



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A PF é meio tucana

Quem não se lembra desta frase dita por Roberto Jefferson no depoimento dele na comissão de ética?
Ele se referia a um comentário dito por José Dirceu quando indagado sobre o dinheiro para a campanha do PTB que não vinha nunca. José Dirceu (segundo Jefferson) disse que "a PF é meio tucana, meteu na cadeia 62 doleiros e o nosso pessoal não está conseguindo internar dinheiro".
Agora as peças começam a se encaixar melhor. Prenderam doleiros, os mesmos que levavam e traziam de volta o dinheiro do PT dos paraísos fiscais.
Para quem gosta de teorias conspiratórias, esta é boa: os tucanos prenderam os doleiros para levar o PT à falência.
Taí, gostei. Pode ser conspiratória, mas faz sentido!
Aliás, hoje tem Toninho da Barcelona na CPI dos Correios. O doleiro que "liderou uma rebelião no dia que a filha iria visitá-lo na cadeia e justo quando ia contar tudo à imprensa sobre a remessa de dólar do PT"... vem mais caldo por aí!
Até mais.

Isso não vai dar certo...



Quem leu o texto "Aos meus filhos", do blog Amor & Amizade, sabe que estou num momento de êxtase com minha nova filhinha e, por isso, tenho sido relapsa com meus comentários. Não que interesse a muita gente, mas faz bem falar, confabular, ativar os neurônios, ao invés de só ficar babando na cria. Por falar nisso, ela está linda!
Mas vamos ao comentário.
Não sou expert em nada, muito menos na Reforma Política que tanto querem aprovar. Aliás, principalmente nisso, mas dediquei algumas poucas horas - entre uma mamada e outra - para ler um pouco sobre a reforma.
Aquilo não é uma reforma, é um remendo! Alguns pontos básicos (e tristes):
- as campanhas políticas serão financiadas apenas com dinheiro público;
- os candidatos vão compor uma lista fechada, você vota no partido e o partido elege os que encabeçam a lista (ou seja, os de sempre);
- o candidato tem que estar no partido por um tempo mínimo (2, 3 ou 4 anos, ainda não decidiram).
Parei por aí. Primeiro, porque o financiamento público de campanha não vai evitar que empresas privadas contribuam com as campanhas políticas, pelo mesmo motivo que o fazem hoje: garantir o apoio do candidato caso ele seja eleito. Além disso, a previsão para o gasto de dinheiro público nas campanhas é de R$ 7 por eleitor, o que daria cerca de R$ 900 milhões.
Como o governo vai arrumar este dinheiro? Desviar das nossas estradas, escolas, hospitais e segurança? Ou o governo pretende aumentar os impostos para garantir essa bagatela de 900 milhões? Não estou gostando nada disso...
Votar no partido e ser refém de uma lista fechada? Também não quero. Tenho o direito de escolher quem eu quiser. Já está difícil escolher, imagine ficar nas mãos da escolha deles! Os pequenos partidos serão extintos. Adeus, PSOL!
E a fidelidade partidária então!? Voltemos ao exemplo do PSOL. Heloísa Helena foi expulsa do PT por defender o ideal petista (contraditório, mas verdadeiro). Como fica o político que sair (ou for expulso) do partido porque este mesmo partido abandonou seus antigos ideais? Ela não poderá ser candidata porque não foi "fiel ao partido"? Quem não foi fiel a quem?
Olha, isso não vai dar certo... estão querendo aprovar este remendo político no final do segundo tempo para garantir as próximas eleições. Eu não quero! Queria uma reforma de verdade: diminuir o número de deputados e senadores; diminuir o tempo da campanha (um mês seria o suficiente); proibir cartazes, folhetos, faixas, banners, brindes e usar o programa eleitoral gratuito para debates em rede nacional; proibir qualquer contribuição financeira para campanha política (quer ser candidato? venda o carro, a casa, arrume empréstimo, se vira meu caro! Se eleito, já vai receber muito por quatro anos...); e que tal extingir os quase 20 mil cargos de confiança?
A discussão e as idéias vão longe. Mas eu só posso concluir que, do jeito que eles querem, não vai dar certo... acho melhor voltar a babar na cria!

segunda-feira, julho 18, 2005

O tiro no pé


Depois de um fim de semana indigesto, já que tivemos que engolir a seco as entrevistas patéticas de Marcos Valério, Delúbio e Lula, hj começo a sentir que o "sal de fruta" fez efeito.

Vou explicar: parece que a trama toda teve um tiro no pé, um calcanhar de aquiles, um deslize, afinal!

Quando Delúbio combinou com Valério de dizer a "verdade", ou seja, assumir os empréstimos de 39 milhões que as empresas do publicitário teria feito - e depois repassado ao PT - eles acharam (e eu também) que tinham encontrado uma saída jurídica para as indagações sobre a origem da movimentação milionária nas empresas de Valério e (de quebra) explicariam a presença de deputados petistas nos saques das contas do publicitário: Era tudo para pagar campanha política!

Eles assumiram crime eleitoral e fiscal, já que o dinheiro não foi declarado por ambos? Sim, mas... cá entre nós, quem está entre crimes de devio de dinheiro público, superfaturamento de contratos de publicidade, tráfico de influência e corrupção, crime eleitoral e fiscal não é nada!!!

Onde está o tiro no pé então?

Ao contrair os empréstimos, Valério deu como garantia o contrato que suas empresas tinham com os Correios. Ou seja, deu como garantia dinheiro público... então (como 2+2=4), quem pagaria o empréstimo do PT seria dinheiro público! (ah, gente, não precisa nem ser inteligente, pra ver, né?)

E agora? Qual a manobra que eles vão ter que fazer? Vão dizer que o PT não tem responsabilidade sobre quem Valério deu como garantia, afinal o empréstimo era do Valério? Vão dizer que, mesmo que o contrato dos Correios tenha sido dado como garantia, o dinheiro da estatal não chegou a pagar nada.

É, vão dizer ainda muita coisa (e como eles conseguem tirar desculpas da cartola!) mas o fato é que: um empresário fez empréstimos milionários (não declarados), repassou o dinheiro ao partido político do governo (que tb não declarou) e deu como garantia o dinheiro público que faturava de uma estatal (demonstrando que tinha certeza de que este contrato não seria rompido tão cedo, uma promessa do governo como garantia de que ele - governo - pagaria sua divida com o empresário).

É esperar para ver... (ai! queimei a língua!!!!! ô, cafezinho quente... e venenoso!)

quarta-feira, julho 13, 2005

Diferença sutil



Política e Politicagem se confundem como uma imagem no espelho. Onde termina a realidade e começa o reflexo invertido e distorcido de si mesmo?

Antes de entrar no mérito do que seria Política e Politicagem, procurei o significado no dicionário e vou usar o resultado da pesquisa aqui. Afinal, quem sou eu perto do HOUAISS, não é mesmo? Entre os vários significados, estes se enquadram melhor.

Política = arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa).

Politicagem = política de interesses pessoais, de troca de favores, ou de realizações insignificantes.

Está bem claro, certo? Deveria, mas não está. O que vemos é a falta de comprometimento (para não dizer caráter) no limite entre uma coisa e outra. Vamos aos exemplos:

Entrar em acordo com partidos políticos adversários para melhor poder governar um país, é fazer Política. Trocar apoio político por dinheiro, é Politicagem! (pra não dizer mensalão. Ops! Corrupção...)

Distribuir o orçamento de acordo com as necessidades partidárias, é Política. Liberar 400 milhões de reais em emendas parlamentares às vésperas da aprovação da CPI dos Correios, é Politicagem! (mesmo que não tenha conseguido segurar a CPI, conseguiu ganhar a presidência e a relatoria... whatever!)

Se preocupar com o futuro da nação ao invés de perseguir governos anteriores, é Política. Acobertar denúncias de corrupção do governo anterior, é Politicagem (para não dizer prevaricação ou - sendo mais leve - omissão!).

O problema é que estamos tão habituados a ver conchavos, desvio de dinheiro público e corrupção que até mesmo nós - tão longe de sermos os beneficiários desta Política(gem) toda - perdemos a capacidade de diferenciar o que é isso ou aquilo. Se ainda nos lembrássemos, ah, se lembrássemos e tivéssemos iniciativa que nossos vizinhos bolivianos e argentinos tiveram, Política e Politicagem seriam duas palavras bem distantes uma da outra. Tanto que eu não precisaria recorrer ao dicionário para saber a diferença...

Isso foi só pra esquentar o blog, ligar as turbinas e provocar o nosso lado crítico. Pra encerrar, vou usar uma de minhas frases prediletas: O maior castigopara quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam.Arnold Toynbee, historiador inglês (1889/1975).

Até mais, pessoal!