sábado, dezembro 18, 2010

Polêmica no ar

Cheiro de tramóia no ar... por que a Alitalia desistiria de comprar 20 aviões que seria fabricados na Itália (pela Alenia, em parceria com a empresa russa Sukhoi) por aviões fabricados no Brasil e ainda por cima mais caros? Qualidade? Não acredito...

Berlusconi e Lula estão tramando alguma coisa... uma troca de favores? Vai saber... tem muita gente que não está gostando nada disso!!!

Em tempos de crise, com o país querendo e precisando aquecer o mercado e criar empregos, importar os aviões com preços mais caros?

Por que eu tenho a sensação de que tem coisa estranha aí? Será que Battisti vale 20 aviões?

Sei não...vamos ver se os sincidatos italianos vão fazer alguma coisa.

Leia a notícia aqui, pelo Corriere della Sera.

(foto: Rocco Sabelli, Alitalia (Newpress))

domingo, novembro 28, 2010

Rio: uma triste mentira. Será?



O que ainda dizer sobre a confusão que se instalou no Rio de Janeiro, na última semana? Ainda não ficou claro que tudo isso já era esperado? O que ainda não ficou claro é: o que é real e o que é teatro.

Pelo menos, para mim, este limite ainda é um tanto nebuloso. Dizer que bandido e moçinho não se falam, não combinam as estratégias, não entram em acordo, é o mesmo que dizer que o PT é o partido mais transparente deste país!

Pensem comigo: imaginem um morro cheio de bandidos acuados (diziam entre 500 e 600 traficantes escondidos!). Tanques de guerra e soldados começam a fechar o cerco. Se tudo isso fosse verdade, sendo o bandido extremamente mais armado do que a polícia, o que você acha que aconteceria?

Seguem algumas alternativas:

1- contra ataque em massa, morte e sangue pra todo lado
2- fuga em massa (que já tínhamos visto dias antes e a polícia nada "pôde fazer" - foto)
3- ataques pela cidade, a fim de manter a sociedade refém, uma ameaça contra a tomada do morro pelas forças armadas;
4- toneladas de armamentos sendo apreendidas
5- toneladas de drogas sendo apreendidas;

E o que vimos?

A polícia subindo, quase pacificamente o morro, pouco bandido para prender e um pouco de droga deixada para trás para satisfazer a vontade da população e da mídia. Convenhamos. O Complexo do Alemão, o centro neural do tráfico do Rio de Janeiro, formado por 13 favelas, com quase 70 mil habitantes e um dos maiores laboratórios de transformação de drogas do mundo, depois de invadido, ter um saldo de 20 prisões, alguns fusis e alguns sacos de droga? E você, se satisfaz com isso?

Será que a polícia, enquanto fazia show para as emissoras de TV do Brasil e do mundo, estava, na realidade, deixando que o bandido fugisse (conforme combinado e conforme registrado pela própria TV)?

Quanto será que custou ao governo estadual e federal todo este show? Não digo em munição ou em vidas, pq isso é caixa pequeno para governos e bandidos. Quanto será que foi pago ao tráfico para que o mundo visse que o Complexo do Alemão esta sendo "tomado" pela ordem, com direito à bandeira estiada e tudo mais?

Ainda estou no aguardo do saldo real, não do quanto pagamos aos bandidos por este show (pq isso, nunca vamos saber), mas para onde se transferiu o crime organizado. Ou você realmente acredita que a paz foi instaurada no Rio de Janeiro?

Esta é a maior utopia desde a caçada aos marajás instalada por Collor!

Sabe o que me deixa mais irritada? Saber que poderia ter sido tudo verdadeiro! A polícia, exército, Bope e todos os capitães Nascimentos do país poderiam combater o crime organizado. Poderiam, mas não fazem. E não fazem, porque não podem. Deu pra entender? Enquanto isso, a população que acredita em toda esta ação, se sente mais segura, agradece a polícia e não pensa que, em breve, tudo vai voltar como antes. É o efeito paleativo no crime.

É preciso muito mais do que uma operação midiática para ocupar o Complexo do Alemão, infelizmente. Vamos ver se ao menos, para evitar que os bandidos voltem, o poder público ofereça à população - pelo menos - educação e emprego, para que, ao menos estas pessoas, não voltem para as mãos do tráfico e (atenção!) nem para as mãos da milícia ou de qualquer outro tipo de crime organizado!

Mas isso, é uma outra história... ou seria parte da mesma?

Aguardemos os próximos capítulos.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Búlgaras de verdade

Tenho que admitir: Dilma Russeff salvou a minha vida!

Devo meu retorno ao blog, a esta mulher. Senti que Dilma me puxou para fora de um terreno movediço. Estava eu, atolada entre toneladas de carnes congeladas e siglas como FOB, C&F, CIF, EXW, CPT, CMR, BL (se voce não entendeu nada, não se preocupe, eu levei algumas semanas pra conseguir respirar no meio de tudo isso. São alguns dos conceitos do comércio exterior, novo caminho pelo qual estou trilhando há três meses). Mas eis que surge Dilma e sua boca maldita!

Ao ler suas declarações pós-vitória, senti-me como Neo, em Matrix, sendo puxado para o mundo real. Talvez porque eu esteja mais próxima de outras nacionalidades, vejo e respeito mais o mundo fora das cercas deste curral chamado Brasil.

Depois que a imprensa descobriu que Pétar Roussef, pai de Dilma, nasceu em Gabrovo, na Bulgária, que não faz outra coisa senão dizer o quanto os búlgaros devem estar orgulhosos desta mulher que venceu as eleições no Brasil. Em Gabrovo, até organizaram uma exposição com fotos da família de Dilma! Sim, sim, sim... quanto orgulho. Para uma cidade de 60 mil habitantes, cuja filha de um dos habitantes chega à presidência de um país - mesmo que nunca tenha ido à Bulgária - pode ser mesmo um motivo de festa! Mas as notícias não me convencem. Por isso, decidi conversar com Rosi Dimitrova, uma verdadeira búlgara e colega de trabalho.

Ela, na Bulgária. Eu, na Itália. E viva o mundo moderno, sem fronteira, com internet e Skype para se fazer "gran business", como diz minha outra colega, Agnes, da Hungria. Falaremos sobre ela e as outras vinte estrangeiras com quem trabalho, mais tarde.

Voltemos a Rosi, à Bulgaria e à Dilma. Durante alguns minutos, Rosi e eu conversamos sobre Dilma, a nova musa da Bulgária (pelo menos foi isso o que a imprensa brasileira me fez acreditar!).

"Nunca tinha ouvido falar nela", me responde.

Insisto. "Mas dizem que ela agora é famosa na Bulgária, não? Ela disse até que deve ser a única búlgara a fazer sucesso fora da Bulgária!"

"Ah,não... quer saber, não me interesso nem um pouco por ela."

"Se não fosse tão prepotente eu até gostaria dela. Mas a este ponto, que se dane." Conclui Inna, outra colega búlgara, com um gesto, um olhar e um tom de voz de tamanho desprezo que fez o meu almoço mais apetitoso do que nunca!

Estas são algumas das búlgaras das quais a imprensa brasileira não quer falar. Pelo mesmo motivo que não falam dos 79 milhões de brasileiros que não votaram em Dilma. Pelo mesmo motivo que não dizem a que preço Lula elegeu Dilma. Quanto pagou aos jornalistas (dentro e fora do Brasil), aos deputados, senadores, partidos políticos, juízes e inclusive ao povo mais carente daquele país.

E dá pra entender. Dilma é agora a mulher mais poderosa do Brasil, a mulher que terá (como Lula) todo o dinheiro para comprar tudo e todos. Será ela a governar um país que sobrevive da mentira, da máscara do país das maravilhas em pleno desenvolvimento econômico. Será ela a distribuir a propina aos jornais, radios e TVs. É ela que seguirá os passos do governo mais corrupto da nossa história.

E, falando em história, voltamos a Rosi e Inna. Búlgaras de verdade que trabalham para criar filhos e manter as despesas da casa com honestidade e talvez, por isso, nunca tenham ouvido falar em Dilma Rousseff antes. Porque o mundo de Dilma, de Rosi e de Inna, mesmo que estejam ligados de alguma maneira, não tem nada em comum. As búlgaras não assaltaram banco ou sequestraram ninguém ou pegaram em armas em nome de um "ideal". Viveram o regime comunista europeu. Passaram por ele com dignidade e ainda a mantém!

A Bulgária, com mais de 1400 anos de história, diferente do que disse Dilma, não é um "país pequeno em que a visão do Brasil é de 190 milhões de pessoas, um país que está se desenvolvendo, criando emprego, um país que é visto no mundo como uma das grandes oportunidades." (palavra de Dilma!)

Para mim, é o Brasil o país pequeno, com apenas 500 anos, que tem muito o que aprender ainda mais com vocês, Rosi e Inna, verdadeiramente búlgaras.

Cala a boca, Dilma!

sexta-feira, julho 09, 2010

O direito de saber

Imagine ligar a televisão e, na hora do Jornal Nacional, entrar um documentário qualquer com uma tarja comunicando "Os jornalistas farão greve contra a lei da mordaça até às 6 da manhã de amanhã". Sabe quando uma Globo, SBT, Band ou Record se oporiam a uma lei do governo desta maneira? NNUNNCAAAA!!!!!!!!

Pois este foi o dia de hoje, aqui na Itália. Foi esta a imagem que vimos nos horários em que os telejornais deveriam ir ao ar (veja foto acima, mas não me pergunte do que se tratava o documentário porque eu nem vi!). Foi isso o que vimos por 24 horas no canal de notícias. A imprensa ficou muda e várias bancas de jornais fechadas contra uma lei, proposta pelo governo, que, entre outras coisas, impede a divulgação de escutas telefônicas em processos não sigilosos.

Greves são rotina na Itália, país regido pelos sindicatos de classes e, infelizmente, ainda por setores da máfia. Mas, para mim, jornalista e brasileira, ver este silêncio na televisão, nas rádios e nos jornais realmente foi chocante. Exatamente por saber que, no Brasil, isso jamais aconteceria. Não por falta de motivos (como o PNDH3, por exemplo), mas por falta de comprometimento público e excesso de comprometimento político.

Na Itália são duas as redes de televisão. A RAI (TV estatal) e a Mediaset (cujo dono é Berlusconi). E, acreditem, ambas aderiram à greve, hoje. AMBAS! Seria o mesmo que a TV Pública, do Lula, fazer uma greve contra as manobras políticas do molusco! E mais... imagine Lula, sendo realmente dono de uma emissora de TV, e esta fazer greve contra o próprio!

Dos mais de vinte jornais diários, somente nove circularam, hoje. Veja, na foto ao lado, os expositores das manchetes dos jornais diários. Não dá uma sensação estranha? Como se ficássemos privados, para sempre, das notícias importantes do dia a dia? Pois esta foi a intenção da imprensa. Mostrar como o silêncio e a falta de informação, de apenas um dia, poderá ser uma realidade de todos os dias!
Conversei com a proprietária de uma banca de jornal e, para ela, a censura deveria ser aplicada nas revistas de fofocas, que publicam fotos de atrizes semi nuas durante as férias milionárias das celebridades; que impõem um padrão de beleza que é seguido por milhões de jovens que se tornam anoréxicas (adorei a dona Elisa!) e que, de útil não tem nada. "Você sabe quantos criminosos são presos graças às escutas telefônicas? Muitos! Sem elas, a investigação vai ser comprometida e é isso o que eles querem". Palavras de dona Elisa. (continuo adorando ela!).

Na prática, a "lei da mordaça" contra a qual a imprensa italiana está em pé de guerra, impede não só a divulgação das gravações telefônicas e dos processos em si, mas dificulta (e muito) a autorização até das próprias interceptações. Para conseguir uma autorização judicial para grampear um telefone, a procuradoria vai ter que provar que o sujeito é culpado dos crimes pelos quais está sendo investigado, por exemplo. (Mas, se já tem provas contra ele, pra que grampeá-lo?)

Depois de apresentar provas concretas de que o cara é culpado, o Ministério Público vai conseguir, no máximo, 30 dias de grampo. Para prorrogar o prazo, vai ter que comprovar tudo de novo e assim mesmo vai conseguir por outros 30 ou 45 dias, que deverá ser aprovado por um conselho de três juízes (você tem idéia de como tudo isso pode ser lento, aqui na Itália? Nem queira saber...).

A quebra do sigilo telefônico também vai ter que enfrentar uma saga jurídica até que os investigadores tenham em mãos a lista de chamadas feitas por um suspeito de homicídio, de terrorismo ou de corrupção, por exemplo.

Os julgamentos não poderão mais ser registrados em câmeras, como já acontece na França e nos Estados Unidos, somente por desenhos.

Estes são apenas alguns dos principais pontos da "lei da mordaça" italiana. Uma lei que já foi aprovada pelo Senado e deve ser aprovada pela Câmara e depois pelo presidente Napolitano. Caminhos que, aparentemente, ela não encontrará obstáculos, para a infelicidade de um povo que quer se informar, que quer que o crime seja punido e que seus ciminosos sejam desmascarados, como eles já mostraram de inúmeras manifestações públicas nas últimas semanas (obviamente muito bem manipuladas e usadas pela oposição ao governo).

A privacidade de um cidadão é uma premissa inviolável. Disso, ninguém pode ter dúvidas. Mas quando este cidadão transita por caminhos tortuosos, combina propinas ou negócios ilícitos, superfaturamento e desvio de dinheiro público, ele passa de lado. O problema é que nem sempre o crime e os criminosos estão somente do lado de lá.

Desde sempre, políticos são pegos em conversas nada politicamente corretas e é isso o que eles querem impedir, que estas conversas compliquem as suas vidas, como os recentes escândalos envolvendo ministros de Berlusconi e do próprio premier.

Pena... é muita pena mesmo.

"A lei da mordaça nega aos cidadãos o direito de serem informados", La Repubblica)

terça-feira, junho 15, 2010

Brasil: amor e ódio

Quatro anos atrás, no dia 02 de junho, escrevi o que penso sobre o Brasil na Copa do Mundo e a postura dos brasileiros diante deste espetáculo milionário. Depois destes anos, mantenho a mesma opinião. Detesto Copa do Mundo. Detesto o patriotismo que invade o coração e o cotidiano brasileiro. Detesto ver a bandeira verde e amarela nas janelas das casas. Aqui da Itália, detesto ainda mais ver os torcedores brasileiros vestidos com as cores do Brasil. Toda esta aversão tem um simples motivo: onde estão os brasileiros que choram, que gritam, que torcem, que brigam, quando o PT usa o dinheiro público para campanha política, quando Tuma Junior negocia contrabando com a máfia chinesa? Onde está o patriotismo destes quase 190 milhões de brasileiros durante os outros dias, meses e anos fora da Copa do Mundo?

Mas, por outro lado, vivendo fora do Brasil, me vem um sentimento extremamente ambíguo que me deixa ainda com mais raiva. Detesto ver o meu país desta maneira exatamente porque o amo imensamente! Amo este povo que luta dia e noite por uma vida digna. Amo este país tão rico, tão lindo, com um clima tão maravilhoso! E é por amá-lo que não suporto ver o que estão fazendo a tudo isso. A este povo,que merece muito mais do que quatro dias de alegria no Carnaval ou um título de hexa campeão para sentir orgulho da sua pátria. Não suporto ver o imposto pago com suor e trabalho dessa gente sendo usado para pagar mordomias políticas, orçamentos superfaturados, luxo e mais luxo, campanhas políticas! E nada... absolutamente nada acontece aos que nos roubam dia após dia!

Detesto ver milhões de brasileiros tendo que receber um Bolsa Família para pode comer enquanto os cofres públicos nunca estiveram tão cheios. Detesto saber que, de tudo o que o país arrecada, somente 2% realmente volta para o país como investimento enquanto o restante é usado para pagamento de despesas (altíssimos salários, pensões e desvios). Detesto saber que o brasileiro poderia ter uma vida absurdamente mais digna se não fosse governado por sucessivos ladrões.

Portanto, neste dia de estréia de Dunga no mundial da África do Sul, torço contra. Torço contra a corrupção, a injustiça, a falta de direitos, a censura e a conivência que governam o meu país! Torço contra este sentimento patriótico que, de concreto, não muda em nada o país. Como disse quatro anos atrás, é um sentimento que só nos afasta ainda mais do que importa neste momento: a realidade do país.

Hoje, quando a seleção brasileira entrar em campo, me desculpem, mas não vou usar verde e amarelo. Não vou soltar aquele grito de gol. Aliás, nem sei se vou assistir ao jogo. Talvez sim, para ver a bola balançar a rede e marcar um gol para a Coréia do Norte. País, aliás, que pode refletir o futuro do nosso Brasil caso o brasileiro continue a se interessar tanto pelo futebol.

sexta-feira, junho 04, 2010

Depois de rir, pense bem...



Embora o momento seja crítico - por revelar o quanto cresce a inteligência perversa dos radicais islâmicos - o mundo ainda faz piadas sobre tudo isso. Eu não sou capaz... para mim é muito mais triste do que cômico. Porém, indiscutivelmente, é um modo de fazer chegar a verdade ao conhecimento coletivo, por isso, reproduzo aqui dois vídeos.

Um deles, o mais recente (publicado acima), foi divulgado, por "erro", pelo próprio governo de Israel. Em um comunicado oficial, o porta voz israelense diz que um comunicado interno afirmava que deveriam tomar cuidado com o vídeo, mas o link acabou caindo na rede por "engano". O vídeo se chama “Flotilla-We con the world” (Flotilla, nós enganamos o mundo).

O outro, é um programa de humor, também em Israel, que critica a posição de Lula no acordo entre Irã e Turquia. Imperdíveis!



Voltando à seriedade do tema, foi-se o tempo em que...

... o Oriente Médio era só um capítulo no livro de História Geral.
... a guerra era travada em um campo de batalha com soldados armados.
... o jornalismo investigativo era a base da notícia.
... os radicais eram barulhentos, enlouquecidos e inconsequentes.

Hoje, estamos em um tempo em que os conflitos na faixa de Gaza batem às portas de todas as naões, inclusive o Brasil, graças aos interesses pessoais de Lula.

Hoje, estamos num tempo em que a guerra tomou lugar no campo das comunicações, nas propagandas, nas alianças internacionais, nos acordos firmados sobre um imenso tabuleiro onde as peças se movem em direção a interesses cada vez mais perigosos.

Hoje, as grandes empresas de comunicação são veículos de repetição que, na maioria das vezes, servem apenas para reforçar uma imagem superficial a respeito de tudo. É a banalização da verdade.

Hoje, os radicais aprederam que, mais do que explodir aviões, o caminho para a destruição do inimigo é enfraquecê-lo diante do mundo. Expôr suas fragilidades. Pressioná-los a um ponto que os leve a agir precipitadamente, obviamente sob holofotes do mundo inteiro.

O episódio das frotas "humanitárias" turcas, só teve um vencedor. O Hamas, exército radical islâmico que governa Gaza desde 2007. E isso, não é para ser comemorado em lugar nenhum do Planeta! Não deveria ser, mas bem sabemos que há muitos que estão por aí repetindo discursos antissemitas sem pensar que, por trás de tudo isso, ganha o terrorismo mundial. Ganha Ahmadinejad, ganham os governos ditadores e as potências esquerdistas. Por isso, o Brasil tanto condena a ação de Israel à "Frota da Liberdade" que seguia para Gaza.

Espero que, a este ponto, passados alguns dias do episódio em alto mar, já seja de consciência comum que a frota não era humanitária, mas usou pessoas para levar o exército de Israel a usar a força contra si mesmos. Um Cavalo de Tróia às avessas. Um só não, seis. Ou isso ainda não ficou claro?

O erro de Israel foi ter reagido como se estivesse num campo de batalha. E estava, mas os inimigos não usavam armas de fogo. Usavam vidas, usavam a opinião pública, usavam o escudo "humanitário". Turquia, Hamas e todos os países aliados comemoram hoje a queda parcial do bloqueio a Gaza já anunciado, não oficialmente, pelo governo de Israel que, a este ponto, perdeu mais uma batalha importante.

Depois de ser questionado pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) por suas possíveis armas nucleares, mas que não questionou o Irã ou a Coréia ou a Índia ou o Paquistão, Israel soma mais esta derrota. E, se perde Israel, perdem também os Estados Unidos e, por consequência, fortalecem seus opositores. Entre eles e eles, eu fico com eles. Entendeu?

Foi-se o tempo em que tudo era às claras, minha gente!


quarta-feira, maio 26, 2010

Paulista de coração


Sou mineira, mas escolhi São Paulo para viver. Lá, vivi por alguns dos melhores anos da minha vida. Saí de lá, mudei de país e, daqui da Itália, olho esta foto e me dá uma saudade.... mas não quero voltar, não! Esta relação ambígua me faz comentar a notícia da pesquisa Mercer de Qualidade de Vida que aponta São Paulo em 117o. lugar em "qualidade" de vida.
Leia mais aqui.

sábado, maio 22, 2010

Vai voar urânio pra todo lado!

Ninguém aqui é bobo de achar que Lula intermediou um acordo entre Irã e Turquia somente pra ganhar notoriedade internacional. Lula e Amorim sabiam muito bem o que o Conselho de Segurança da ONU pensaria sobre isso e seguiram adiante. Pois bem, vamos tentar desenrolar este novelo, passando do urânio aos interesses iranianos e brasileiros.

Urânio


O urânio enriquecido pode servir como energia nuclear para fins pacíficos ou não. Para fins energéticos, basta um enriquecimento mínimo de 3,5%. Para pesquisas, 20% e para bombas atômicas, 90%. O Irã, atualmente, tem urânio enriquecido a 3,5%, mas já está enriquecendo-o a 20%, o que leva cerca de um ano. O processo do enriquecimento a 20% é mais difícil do que de 20 a 90% e leva penas mais seis meses para atingi-lo.


Brasil


O Brasil é hoje, um dos poucos países no mundo com conhecimento técnico para enriquecer o urânio até o seu ultimo estágio. Atualmente, enriquece o urânio a 20%, projeto inspecionado pela Marina, em Aramar (Iperó-SP), como segredo industrial ao qual nem mesmo a Agência Internacional de Energia Elétrica tem acesso. A produção é destinada a abastecer reatores de pesquisa e, futuramente, mover o submarino a propulsão nuclear, além de um novo reator de pesquisa, em fase de projeto.O Brasil é o sétimo país, no mundo, em extração do urânio. E olha que conhecemos somente 25% do nosso solo! A extração é feita na mina de Caetité (Lagoa Real- BA), mas outra mina, em Santa Quitéria (CE), deve entrar em operação daqui dois anos.


Irã


Ninguém sabe, exatamente, qual a quantidade de urânio disponível no Irã. Aliás, ninguém sabe exatamente nada sobre o Irã, além da violação dos direitos humanos tão ferozmente aplicado naquele país. Esta falta de conhecimento sobre o que acontece naquela parte do mundo é um dos problemas entre o Conselho de Segurança da ONU e Ahmadinejad. O ditador iraniano se nega a abrir as portas para uma inspeção em suas instalações e suas pesquisas sobre o enriquecimento de urânio. Ahmadinejad diz que precisa do urânio enriquecido para fins de pesquisas médicas, mas ninguém acredita esta imagem de líder preocupado com a saúde pública. Ou quase ninguém. O Brasil e a Turquia parecem que sim!


Relações perigosas



No ano passado, o G5+1 (China, Rússia, Inglaterra, EUA, França + Alemanha) ofereceu a Rússia e a França para fazerem o enriquecimento do urânio a 20% para o Irã. Ahmadinejad disse não porque temia que o urânio nunca voltasse ao seu país. Como se a ONU fosse roubar o minério dele! Com isso, novas sanções estavam por vir, o que levantou uma defesa feroz por parte do Brasil e da Turquia e foi quando o acordo começou a ser costurado efetivamente.



No tal acordo assinado esta semana, a Turquia pegará 1,2 tonelada de urânio e, doze meses depois, entregará 120kg do material enriquecido a 20%. Mas este acordo, diferente da proposta anterior pela ONU, não garante nada ao resto do mundo. Ao contrário! Faz do Irã um país "colaborador" com a ONU, mas na verdade, enquanto isso, ele ganhará tempo e poderá continuar com o seu enriquecimento (como já disse que vai fazer) ou aproveitar para desenvolver a técnica para chegar ao enriquecimento a 90% para armas nucleares. E, melhor! Sem a inspeção de ninguém!


A quantidade de urânio que o Irã mandará à Turquia é irrisória perto das 400 toneladas ao ano que a mina de Caetité, no Brasil, produz. Ou seja, somos um país muito interessante aos olhos de Ahmadinejad (e não só "uraniamente" falando, mas isso fica para outras reflexões).


Se o Brasil tem a tecnologia para enriquecer o urânio do Irã, porque não assinou Lula o acordo com aquele país?


A resposta oficial é que o Brasil não tem, ainda, estrutura suficiente para enriquecer o urânio em escala industrial. Mas não podemos esquecer que estamos em ano eleitoral e, por mais que Lula não se importe em ser chamado de irmão brasileiro do Irã, uma coisa é posar para foto e fazer discurso bonito de tolerância, a outra, é mandar - oficialmente - urânio ao Irã, enfrentar direta, política e economicamente o Conselho de Segurança da ONU.


Em fevereiro deste ano, correu à boca pequena que Brasil e Irã estavam firmando um acordo neste sentido. Autoridades iranianas chegaram a afirmar que estavam discutindo com o Brasil o enriquecimento do minério em solo brasileiro, mas o Itamaraty desmentiu rapidinho.


Não podemos nos esquecer que, dois anos atrás, veio à tona um acordo bancário secreto entre Brasil e Irã para burlar as sanções da ONU. Tem muitas coisas mal explicadas nesta parceria de Lula com Ahmadinejad. Por isso, não dá para pensar que o Brasil, como mediador de um acordo entre Turquia e Irã não ganhe nada.


Mediadores comerciais levam um percentual pelo trabalho, sempre. Neste caso seria diferente? Acho muito difícil. Até porque, em se tratando de energia nuclear, não dá pra confiar em ninguém. Nem mesmo nos signatários do Tratado de Não-Proliferação das armas nucleares, como o Brasil.


Diga-se de passagem que Israel, que não é signatário, não permite uma inspeção em suas instalações nucleares. Diga-se de passagem que Paquistão e Índia já confirmaram ter bombas nucleares. Coréia do Norte, que também não faz parte do Tratado, já anunciou que tem capacidade para fabricar bombas nucleares.


Meus amigos, os países estão armados até os dentes. Por que temos que acreditar que o Brasil só quer participar de um acordo "de paz"?


Pra mim, vai voar urânio pra todo lado! Vai ser uma troca de tecnologia, enriquecimento, urânio e bombas para todos os lados, inclusive para o Brasil que, oficialmente, não poderia fabricar armas nucleares, mas o Irã (que não está nem aí) pode, certo?


Não podemos esquecer, também, que Lula visa ser um ícone mundial. Se ele sabia que se posicionando a favor do Irã dividiria opiniões (e obviamente sabia desde que começou a assinalar esta parceria), Lula mostra que tem um plano que foge às fronteiras brasileiras. Vai além da ONU. Talvez termine em uma nova potência formada por nações "inimigas", uma nova força para enfrentar o "poderio" norte americano e Israel.


Vai saber! Na dúvida, duvide!



sábado, maio 15, 2010

o cheiro da morte


A Itália acaba de inaugurar o primeiro museu sobre a máfia sicliana, Cosa Nostra. São 150 anos de história contados em forma de fotografias, pinturas, música e ambientes claustrofóbicos que retraram o horror do poder da máfia. São, também, dezenas de recortes dos principais jornais italianos que ilustram as mortes, as prisões, os abusos e as conexões da máfia e, não à toa, as polêmicas cabines "eleitorais" são usadas para ambientar os principais métodos de morte e tortura usados pela máfia. Em uma das, a simulação de um açougue sujo de sangue. Em outras, pode-se sentir o cheiro de corpos carbonizados. Estas "salas da violência" causaram polêmica e o acesso foi proibido a menores de 16 anos, depois que duas pessoas passaram mal ao visitá-las.

Cada país tem o seu "mal". Religião (ou em nome dela), drogas, poder, armas, trabalho escravo, prostituição infantil e, por fim, a política, quando esta não está ligada a todos os anteriores (o que normalmnte está!). A Itália não é diferente. Tem seus bens e seus males, que só sobrevivem graças à corrupção que gera a impunidade. Nada de novo, muito menos para um país onde a máfia governou desde o início da sua existência. Se a Cosa Nostra completa 150 anos, não por coinciêndia, a unificação da Itália também!

Em algumas regiões da Itália, a máfia é praticamente invisível o que não quer dizer que não exista, que não haja. Existe e age, como nos monopólios empresariais e nas licitações de cartas marcadas, tão conhecidas também no Brasil. Em outras, como no sul do país, ela ainda recolhe o "pedágio", embora muitos comerciantes estejam começando a enfrentá-los. Recentemente, um mafioso foi preso e se disse indignado, "humilhado" ao perceber que o povo já não o respeitava mais como antes!

Viva este povo! Viva a coragem!


Depois de levar seus tentáculos aos Estados Unidos, a Cosa Nostra espalhou-se pelo mundo, extorquindo, traficando, assassinando integrantes, traidores, jornalistas, juristas e inocentes. A máfia do século 21, em todo o mundo, não usa mais a pistola como antes, mas o cunho político. Sem tanta barbárie, sem tanto alarde, com mais precisão e eficiência, o que não a torna mais limpa, mas mais civilizada. Um tipo de organização ainda mais perigosa contra a qual se torna cada vez mais difícil de lutar.

Os horrores cometidos por serem humanos contra seres humanos tornou-se uma repetição na nossa história de vida e principalmente de mortes. Guerras, seitas, religiões, disputa de poder, ganância, ditaduras, crimes organizados. Quantos museus, monumentos e páginas dos livros de história são e ainda serão dedicados à nossa própria destruição?

É impossível, hoje, contar o número de mortos pela criminalidade, seja ela pequena ou grande e organizada. É impossível contar o número de vítimas diretas e indiretas que a máfia fez e ainda faz na Itália. É impossível ficar indiferente às imagens expostas no Museo della Mafia. É impossível não sentir o cheiro da morte, só de pensar no futuro que teremos se não fizermos algo, seja aqui, aí ou acolá.

segunda-feira, maio 10, 2010

"Forrest Lula" ou "Forrest povo"?

Recebi este texto por email. Não sei se o autor é verdadeiro, mas achei tão interessante que vou reproduzi-lo aqui. Por precaução, omito apenas algumas informações sobre a referência ao autor.

O único problema é que, como a charge abaixo, Lula pode ser um idiota, mas ele está lá, afinal, não está? E pegando milhões do nosso dinheiro, não está? Infelizmente, somos mais idiotas do que ele...

Mesmo assim, leiam, vale à pena!



Forrest Lula (por Wagner ******)

Todos conhecem o filme "Forrest Gump", que narra a história de umimbecil que sobe na Vida auxiliado por circunstâncias a ele,absurdamente, favoráveis. Nós brasileiros temos aqui o nosso"Forrest Lula", pelas razões que apresento abaixo:



1-) Lula pensa que chegou à Presidência do Brasil pela suacompetência; mas, conseguiu tal proeza por uma junção entre sua"persistência malufiana" e o "mudancismo" do eleitor, que SÓ pelodesejo de Mudar, nem se sabe o quê, vota alternadamente emcandidatos como Maluf, Collor e depois em Lula & Companhia.



2-) Lula pensa que é respeitado no Exterior; mas, não passa de uma"Curiosidade Zoológica", como o mico-leão dourado. A "esquerda"romântica de lá acha lindo um operário do Terceiro Mundo tervirado Presidente... se ele é competente ou não, o terceiro mundoque se dane.. Mais ridículo do que ele próprio, é o fato deleacreditar que é "O CARA" (para Nós "DE PAU").



3-) Lula pensa que somos idiotas ao dizer que fez Novos ProgramasSociais como o Bolsa-Família, que é o EX-Bolsa Escola (retificadopara PIOR, pois antes era direcionado à EDUCAÇÃO das CriançasPobres Brasileiras e hoje incentiva o aumento da natalidade, comconseqüente Crescimento da Pobreza Nacional), já existente duranteo Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso. De concreto, o queele fez MESMO, foi proteger os "terroristas sem-terra" (do MST) etransformar o Bolsa-Escola em Bolsa-Esmola.



4-) Lula pensa que faz sucesso com a Imprensa; mas, na verdadecontou apenas com uma Imprensa domesticada e cordial, pelo menos atéos recentes escândalos.



5-) Lula pensa que não existe ninguém que possa questioná-lo,tanto em Ética, quanto em Política; mas, isso só acontece porqueele nunca se expôs a entrevistas coletivas sérias, com jornalistasespecializados, onde teria que dar uma satisfação objetiva de seudesempenho como Presidente do Brasil.



6-) Lula pensa que é "imune" a essa Crise Econômica Mundial,porque seu percentual de aprovação ainda é alto; mas, vamoslembrar que a maioria dos Brasileiros, infelizmente, não temEDUCAÇÃO, nem CULTURA. Aqueles que ainda confiam nele são tãoignorantes quanto ele; por isso, não sabem o que, realmente,acontece e são facilmente enganados e manipulados.



7-) Lula pensa que é o responsável pelo sucesso da PolíticaEconômica Brasileira; mas, isso se deve única e exclusivamente àmanutenção da Diretriz Econômica Programada durante o Governo doPresidente Fernando Henrique, que nomeou Henrique Meirelles comoPresidente do Banco Central do Brasil e que, Graças a DEUS, estálá até hoje.



8-) Lula pensa que foi responsável pelo aumento das exportaçõesbrasileiras; mas, isso somente aconteceu como consequência de umasérie de Fatores Anteriores ao seu governo, MAIS as circunstânciasfavoráveis do Cenário Internacional.



9-) Lula pensa que não sofrerá o "Impeachment", porque está acimade TUDO e de TODOS, o que acontece no Cenário Político Nacional,embora Collor tenha sido defenestrado por muito menos.(Uma peruaElba) Na Verdade, ele somente vai ficar na Presidência do Brasilporque não interessa a ninguém transformá-lo em Mártir, dando-lhea chance de retornar à Política como Herói, futuramente.



* Wagner ****** é professor do Departamento de Biologia Aplicada daUSP.

sexta-feira, abril 30, 2010

Time Magazine e o mico da semana


Petistas nunca estiveram tão nas nuvens. Tudo por uma mal explicada lista dos líderes mais influentes no mundo.

Graças ao Time 100, imprensa, lulistas e até um ministro nos proporcionaram um dos maiores micos da história deste país! E eu adorei!!!

sexta-feira, abril 23, 2010

Sangue pela liberdade


Apesar de todos os males causados por uma guerra, sabe-se, pelo menos, que - um dia - o terror vai acabar. Ao menos tem-se esta esperança. Ao final, apesar da contagem dos mortos, os sobreviventes irão se juntar na construção de um bairro, de uma cidade, de um país. No final, um novo governo surgirá; das cinzas surgirão escolas, casas e empregos. Da dor, virá a força para nunca mais se submeter à opressão. Dos pesadelos virão sonhos, esperanças e uma nova geração. Sofrida, mas forte e determinada. O Brasil nunca passou por uma verdadeira guerra. Talvez, hoje, fosse o caso.


Vivendo mais próxima dos países que foram arrasados pelas guerras mundiais, percebe-se melhor a grande cicatriz deixada nas famílias e na sociedade. Os costumes mudam radicalmente. Não só o sentido de sociedade e cidadania mudam, mas as simples questões como alimentar-se e vestir-se se transformam.


Como pensar em arte, escola e educação olhando para um país em ruínas? Mas é possível e foi possível, em Reggio Emilia, na região centro-norte da Itália, no pós-guerra. Ali nasceu um dos sistemas de educação infantil mais conhecidos, no mundo. Tudo a partir do nada. Da doação de algumas terras da parte de um fazendeiro, famílias juntaram as ruínas das casas e até de canhões de guerra para construir uma escola! Da construção, que envolveu inclusive as crianças, nasceu a arte. Da arte, a sensibilidade. Da sensibilidade, a humanidade. Da humanidade, o bem comum e assim por diante.


Em países onde perde-se tudo, o pouco que resta adquire um valor inestimável. É preciso reaprender o sentido da vida, o valor das coisas, das pessoas, do orgulho próprio! Tudo o que, pouco a pouco, o povo brasileiro foi perdendo sem que houvesse sequer uma guerra declarada! Sem que barris de sangue fossem derramados! Sem que milhões de vidas fossem perdidas (embora algumas milhares se vão todos os anos sem que ninguém se dê conta disso). O Brasil consumiu o brasileiro sem qualquer reação contrária! Foi uma tomada pacífica da alma de um povo. Um povo que sofreu na ditadura militar e submete-se à uma ditadura velada dos que manipularam suas mentes paradoxalmente contra a opressão!


Dia 25 de abril comemora-se, na Itália, o Dia da Libertação. Dia em que os partigiani uniram-se, em todo o país, contra o domínio do exército alemão. Em algumas cidades, este "exército", formado por jovens (homens e mulheres, alguns ainda adolescentes) resistiram e libertaram o país, antes mesmo da chegada do salvador exército norte americano! Milhares de jovens perderam suas vidas em prol de um país livre.


Já passados 65 anos daquele 25 de abril de 1945, os italianos ainda lembram seus mortos. Fazem homenagens e protestos. Relembram que o país lutou pela liberdade, pelo NÃO às atrocidades, NÃO ao racismo, NÃO à injustiça, NÃO ao abuso, NÃO à intolerância e à ditadura. Tudo o que, após mais de seis décadas do final da Segunda Guerra, muitos países ainda vivem diariamente em maior ou menor grau, porque a maldade está na humanidade e o mau é esquecido com o passar dos anos.


Obviamente muitos italianos mais jovens não se importam com o que este 25 de abril representa e é o que me preocupa. Sinaliza uma geração acomodada, alienada e enfraquecida? Espero que não! Espero que a Itália, assim como todo o mundo, continue lutando contra as raízes de todas as guerras. Que olhem ao seu redor, e principalmente dentro do próprio território, e perceba os sinais dos males se instalando, ou já instalados!


Um país onde se manipula a justiça, a imprensa, os bancos e o poder legislativo, um passo gigantesco já foi dado rumo à uma sociedade oprimida, sem direitos, triste, explorada, pobre e submissa. Um grande passo já foi dado para o fim da esperança. Um grande passo já foi dado para uma sociedade escrava.


Um grito só não faz côro. Brasileiros, uni-vos, porque outras uniões já foram feitas neste país e estão mais fortes do que nunca!


Feliz Dia da Libertação.