sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Do chôro à atitude

A morte de João Hélio, o menino de seis anos que foi arrastado por quilômetros pendurado do lado de fora do carro pelo cinto de segurança, abalou o país.

Choramos todos, menos os bárbaros que torturaram este menino.

Não quero, aqui, comentar nada além do que todos já falaram. Não tenho palavras suficientes para isso. Apenas recomendo duas leituras:

A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA E O BRASIL EM GUERRA CIVIL
(de Júnia Turra)

e POR QUEM OS SINOS DOBRAM
(de Paulo Coelho)

Injustiça aos porcos

A revista semanal britânica "The Economist" publicou um artigo, esta semana, entitulado "'Parliament or pigsty?" (Parlamento ou chiqueiro?). Coitados dos porcos serem comparados aos nossos legítimos representantes do legislativo... é certo que algumas semelhanças eles têm. Vamos à elas: são bebês fofinhos e quando crescem - além de viverem na lama - podem ser nocivos à saúde.


Mas dá para evitar uma teníase (ou solitária), basta evitar a carne de porco mal cozida. Agora, como evitar os males causados pelo "trabalho" dos nossos excelentíssimos deputados? O papo "acompanhe o que o seu deputado está fazendo e cobre dele a seriedade prometida" não serve mais. Além de nunca ser colocado em prática, não leva a nada. Eles sempre estarão lá e farão a mesma coisa...


A solução seria, talvez, assá-los, bem temperadinhos? Assim como não sou adepta ao leitão à pururuca (embora aprecie um lombinho assado), também não tenho tendência alguma ao canibalismo. Acho que nem mesmo Hannibal Lecter toparia jantar o cérebro de qualquer um dos nossos nobres parlamentares. É muita sujeira num prato só.


Voltando ao "The Economist", a matéria fala sobre a eleição de Chinaglia ao cargo de presidente da Câmara. Perspicaz, a revista "sugere" troca de favores na vitória à presidência da casa, no comentário "Parochial back-scratching trumped ethics". Algo como "O toma-lá-dá-cá paroquiano venceu a ética".


Assim como no meu texto anterior "The truth is out there", eles conhecem muito bem a nossa realidade.


Mesmo assim, insisto... brasileiros e brasileiras. Ainda há esperança. Clodovil está lá! Pelo menos, na lama certamente ele não vive... não faz o "estilo" dele. Resumindo seu discurso, que foi da ingenuidade à ironia, o deputado-estilista-comunicador-apresentador prometeu colocar a faxina em dia.

Haja água para tanta lama!