sábado, fevereiro 21, 2009

Estupros, imigração e milícias na Itália

Não dá para ler e ouvir o que se fala do governo "conservador" de Berlusconi, sem comentar. Dois termos caíram nas graças da imprensa (italiana e brasileira) e da oposição: xenofobia e fascismo. Ambas são equivocadas. Primeiro, que a xenofobia não acontece por aqui. Não por enquanto. Segundo, porque o endurecimento das leis contra a imigração clandestina é uma necessidade urgente, não uma ação fascista.

O que existe é um índice de criminalidade crescente envolvendo os imigrantes, até porque a população de estrangeiros aumenta diariamente e já chega a 10% da população do país (sem contar os clandestinos). O que existe é um país preocupado com o desemprego. Até pouco tempo atrás, o italiano não precisava procurar um trabalho "inferior". Com a crise e o desemprego aumentando, estes postos seriam bem-vindos para o italiano, mas estão lotados de imigrantes. O que se vê, são italianos esperando alguns meses por exames médicos enquanto os imigrantes são atendidos em um hospital especial, mesmo que seja um imigrante clandestino.

Nas últimas semanas, a imprensa italiana noticiou - diariamente - casos de estupros cometidos por imigrantes, principalmente romenos e norte-africanos. Entre as vítimas estão meninas de nove, 14 e 15 anos de idade. Mas a violência sexual não é cometida somente por imigrantes. A maioria dos casos (e que não têm o mesmo destaque) é causada por italianos, segundo o correspondente da BBC em Roma, David Willey. Mas o endurecimento das leis contra o estupro vale para todos os casos! Entre as novas medidas estão a prisão perpétua caso a vítima seja menor de idade e quando é seguido de morte. Nada mais justo contra um crime tão cruel e covarde, seja ele cometido por italiano ou estrangeiro.

O governo italiano aprovou, também, a formação do que estão chamando de "milícias populares". Na verdade, são grupos formados por civis e ex-policiais que - munidos apenas de um telefone celular e sem remuneração - farão patrulhas em todas as cidades do país atentas às situações suspeitas ou concretas de estupros. O que eles podem fazer? Nada além do que qualquer cidadão faria. Acionar a polícia! A diferença é que são pessoas que estarão nas ruas especificamente atentas. Não há nada de fascista nisso.

A imprensa estrangeira aceita os fatos sem conhecê-los a fundo. Recentemente, clandestinos abrigados no centro provisório de Lampedusa, no sul da Itália, atearam fogo nas instalações, em protesto contra o tratamento a que são submetidos. Vamos aos fatos: a ilha de Lampedusa é uma porta de entrada para os imigrantes vindos do norte da África. A maioria, desesperada para fugir do seu país, quando não chega sem os documentos simplesmente os destrói no meio do caminho. Ao chegar aqui, a Itália não tem nem como deportá-los. Mandariam para onde, já que não dizem nem de que países são? Com isso, os centros vão ficando superlotados. Só na metade do ano passado, quase 11 mil imigrantes desembarcaram no porto de Lampedusa. Por enquanto, eles podem ficar nestes centros por até dois meses. Se o caso de extradição não for julgado neste prazo, a justiça italiana não tem outra coisa a fazer a não ser liberá-los para as ruas! Com o novo decreto, que deve ser aprovado em 60 dias, este prazo sobe para seis meses, para evitar a liberação em massa de imigrantes que não têm a mínima condição de sobrevivência lá fora.

Percebe a bola de neve e a tensão criados na Itália? Desemprego, criminalidade, invasão e violência. A Itália sempre foi um país que acolheu bem os estrangeiros. As prefeituras oferecem cursos gratuitos da cultura e idioma italianos. Por aqui, se vê imigrantes trabalhando em hotéis, cafés, fábricas, indústrias e comércio, não só em "subempregos". Os filhos de imigrantes frequentam as escolas públicas como qualquer cidadão. Mas a água no copinho do italiano está subindo e se o governo "conservador" de Berlusconi não tomar medidas drásticas contra os imigrantes clandestinos que vêm a este país promover o caos, esta água vai transbordar e - aí sim - poderemos viver uma onda de xenofobia, na Itália.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Corra que o bandido vem aí!



Que palhaçada é essa que o STF aprontou aí nas bandas brasileiras? De acordo com o que eu li nos jornais, mais de 40% dos presos podem – e devem – ser soltos! Eles representam presos que ainda não recorreram a todas as instâncias jurídicas e, por isso, têm direito de fazê-lo em liberdade. Repito: são presos, CONDENADOS, mas que – por não terem esgotado todas as instâncias de recursos – vão para as ruas.

A hipocrisia e a bandidagem na justiça brasileira chegaram ao limite. Os ministros do Supremo acabam de usar a Constituição em favor de marginais, enquanto a mesma Constituição, que garante segurança a todos os cidadãos nunca foi, não é e nem será respeitada!

Para que todos tenham uma idéia da palhaçada que é o sistema jurídico deste país, em setembro do ano passado, uma jovem de 22 anos foi assassinada, em Barueri (SP), pelo ex-marido. Ela deixou um filho de dois anos, que até hoje quer saber “onde está a mamãe”.

Alguns dias depois, o ex-marido apresentou-se à polícia, devidamente acompanhado de um advogado. O delegado colheu a confissão e liberou o dito cujo! Sabe por que? Era período eleitoral e, pela Lei Eleitoral, ninguém poderia ser preso, a menos que fosse em flagrante (até 24 horas após o crime). E adivinhem o que aconteceu? Ele fugiu... É ÓBVIO! (e continua foragido, é claro!)

Esta semana, o Supremo libertou quatro condenados. Um deles cumpria pena por tentativa de estupro. Mas, como ele ainda tinha instâncias a recorrer, tem o direito de fazê-lo em liberdade. As mulheres que se cuidem, é isso?

Será que sou só eu a achar tudo isso um absurdo?

No Piauí, a justiça fez um mutirão e já libertou 17 presos, em quatro dias de trabalho! Eram presos que já teriam direito à condicional e outros que ainda não tinham sido condenados.

Que maravilha. Que rapidez! Que saída para esvaziar os presídios, não é mesmo? Joguem os camaradas na rua!

Por que, no Brasil, as leis funcionam mais para os bandidos do que para os cidadãos de bem? Por que, no Brasil, os movimentos de Direitos Humanos estão sempre urrando em favor dos presos e não em favor da população? Por que, no Brasil, ex-terroristas recebem asilo político?

Eu não sei quanto a vocês, mas para mim, o Brasil está ficando cada dia mais perigoso e não é só pela violência nas ruas (que tende a piorar com esta decisão absurda do STF), mas pela violência cometida dentro das maiores instâncias de poder deste país.

Corra Lola, corra!!!!