O presidente do PT, Ricardo Berzoini, e outros dez dirigentes do partido foram à China nesta segunda-feira (10) para um encontro com lideranças do Partido Comunista Chinês. Os doze petistas devem ficar dez dias na China. A versão oficial é que o PT pretende ver como o Partido Comunista Chinês (PCC) administra uma estrutura de mais de 70 milhões de filiados e sua comunicação interna. A minha versão é um pouco diferente desta, principalmente quando a China enfrenta uma situação muito semelhante ao Brasil: a corrupção.
Assim como o PT, depois de tentar negar, esconder e driblar várias denúncias, O Partido Comunista Chinês não teve outro jeito a não ser assumir que a corrupção estava engolindo o partido e o governo.
No poder desde 1949, o PCC já admitiu que quase dois mil funcionários públicos confessaram envolvimentos com corrupção. Só em 2006, foram registrados mais de 30 mil casos no país, incluindo pelo menos seis nomes ministeriais. Nos últimos meses, dezesseis integrantes do governo comunista foram detidos acusados de corrupção. O dinheiro servia, principalmente, para financiar suas amantes. Depois disso, acreditem ou não, até uma lei foi editada proibindo que funcionários públicos tivessem amantes!
Os chineses que, embora estejam submetidos ao regime comunista há quase 60 anos, têm mostrado intolerância quando o assunto é a corrupção dentro do governo. Esta associação incomoda o partido que não pretende perder o poder. O governo tem tentado de todas as formas aplicar mãos de ferro contra os corruptos. A atitude mais drástica foi a execução do chefe da Administração Estatal de Alimentos e Remédios da China, em julho deste ano. Zheng Xiaoyu foi acusado de receber suborno, em torno de US$ 832 mil, para liberar produtos sem as inspeções necessárias e foi executado por isso.
Se o PT quiser aprender com a China como passar ileso pelas denúncias de corrupção, poderia começar com a execução dos envolvidos. O problema é que o PT não tem 70 milhões de filiados e sobraria pouca gente para contar história. Talvez devesse aconselhar o governo a editar uma Medida Provisória proibindo parlamentares e ministros de terem amantes, o que não passaria com facilidade pelo Congresso.
Corrupção à parte, a China tem muitas lições a passar ao PT que pensa em uma nova Constituinte, a extinção do Senado e acaba de ditar o novo “Socialismo Petista”. O problema é que nunca saberemos o motivo deste encontro nem como o PT (atolado em dívidas) está pagando as 11 passagens aéreas para a China (em torno de 3 mil dólares por pessoa). Sem falar que Ricardo Berzoini, além de ser presidente do PT é um Deputado Federal que, na semana em que Brasília ferve com o julgamento de cassação de Renan Calheiros, a prorrogação da CPMF e tantos outros assuntos que interessam ao país, preferiu abrir mão de dez dias de trabalho - para o qual foi eleito - para ir à China “trocar idéias de como organizar um partido e sua comunicação interna”.
E tem gente que ainda acredita nisso...
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