O brasileiro tem muito o que comemorar. Principalmente aquele que saiu do Brasil em busca de oportunidades. Estamos exportando cada vez mais mão de obra para o exterior. Atualmente, cerca de 3 milhões de brasileiros vivem no exterior. Que sorte a deles!
O desespero em deixar o país é tão grande que o brasileiro é capaz de passar por uma verdadeira maratona no preparo dos documentos, sem falar no custo da burocracia. Com a implantação do novo passaporte (aquele azulzinho, com foto digital, chique mesmo!) o custo para quem está nas capitais praticamente dobrou. Passou de R$ 89,71 para R$156,07. Soma-se a isso, a regularização de toda a papelada e as intermináveis filas nos postos da Polícia Federal. Olha, não é fácil... mas vale a pena.
A grande maioria dos brasileiros que optam por deixar o país não volta. Sente falta da família, dos amigos, do calor de seus conterrâneos... e mais nada. Ninguém diz "ah, que saudades do desemprego, da falta de respeito, do governo, dos parlamentares, da corrupção, da violência no trânsito e nas ruas.... saudades da quadrilha do mensalão". Nunca ouvi isso de ninguém!
O país preferido dos brasileiros são os Estados Unidos. Todo mundo critica o capitalismo norte-americano mas é pra lá que a maioria vai quando o cinto aperta por aqui. Já somos uma colônia de 1 milhão de brasileiros na casa de Bush! E o número aumenta, mesmo que isso lhe custe a vida! (uma pessoa morre a cada 18 horas tentando entrar ilegalmente nos EUA).
O segundo destino mais procurado é o Paraguai. (Dá pra entender, sair do Brasil para morar no Paraguai?) Em terceiro lugar, o Japão seguido de Portugal. Londres não é uma das capitais mais procuradas por nós, mesmo assim os números impressionam. Em 10 anos (de 1997 a 2006) os brasileiros em solo londrino passaram de 4 mil para 25 mil (600% a mais)!
O que faz tanta gente arrumar as malas, documentos e dívidas para simplesmente fugir do próprio país? Frustração... (o risco de se furstar no exterior é melhor do que a certeza de se frustar aqui) e decepção. Podemos ser traídos por qualquer pessoa, menos por aqueles que amamos. Esta traição dói, e muito! Sermos tratados como imigrantes, tupiniquins, ignorantes e puxadores de carroça lá fora é mais fácil de aceitar do que levarmos tapa na cara dos nossos pais (ou país).
Com tudo isso, mais do que aço, soja, açúcar, banana, jogador de futebol e até urnas eletrônicas, o Brasil pode comemorar a exportação de estudantes (cerca de 70 mil por ano) e de mão de obra qualificada (140 mil por ano). Ok, estamos semeando também nosso "jeitinho" brasileiro de ser quando, lá fora, resolvem ser o que são aqui: motoristas assasinos, hackers, contrabandistas, exploradores sexuais, pedófilos, médicos/açougueiros, golpistas e tudo mais. A diferença é que lá a justiça funciona!
Bon voyage!
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