sexta-feira, janeiro 12, 2007

As mãos sujas do brasileiro

O brasileiro tem mãos sujas. Sujas da propina, da corrupção, do sangue da violência (vítima ou causador dela), da lama que invade as cidades nesta época de chuvas e, se não bastasse, de Staphilococus. Explico:
Uma pesquisa recente mostrou que 100% das notas de euros que circulam em Dublin, na Irlanda, estão contaminadas com cocaína. Teoricamente, são notas usadas como “canudinhos” para aspirar a droga ou manuseadas por traficantes e usuários da mesma. Outro estudo recente mostrou que, em Madri, na Espanha, 94% das notas também apresentaram vestígios da droga e, nos Estados Unidos, a contaminação por cocaína se deu em 65% das notas de dólares.

Esta pesquisa me fez procurar os resíduos no nosso dinheiro. Pra que!
Aqui, no Brasil, análises feitas nas notas de real mostram uma realidade de outro submundo, que não é do tráfico de drogas (pelo menos não encontrei estudos sobre resíduso de cocaína em notas de real). A sujeira, aqui, é outra.
Todas as notas analisadas – de 1, 2, 5, 10 e 50 reais - apresentaram contaminação de diversos microrganismos, principalmente a bactéria Staphilococus, presente nos alimentos. Numa pessoa saudável, ela é inofensiva, mas em uma pessoa doente, ela pode ser fatal em até 24 horas, já que a staphilococus aureus (encontrada em cerca de 25% das notas de papel e em 40% nas de plástico) é resistente a todos os antibióticos produzidos até hoje. Através de um simples corte na pele, por exemplo, ela pode causar infecções gravíssimas na pele, no pulmão e no sangue.

No mês passado um funcionário de um hospital na Inglaterra morreu depois de ser infectado por uma variante desta bactéria. Outro paciente já havia morrido infectado da mesma maneira, durante o ano.

Enquanto nos países europeus a sujeira presente nas cédulas se dá por uma livre escolha (o uso da droga) aqui, o nosso dinheiro nos contamina pela pura ausência de higiene durante uma ação essencial do ser humano: o alimentar-se!

A conotação de “dinheiro sujo” ganha mais uma mão. Além do tráfico, de Brasília e de seus caixas 2, as mãos dos caixas das peixarias, dos açougues, das feiras-livres, do povo em geral também são imundas. Da falta de higiene, educação, sanidade básica de saúde! Falta de água e sabão.

São mais duas, portanto, as outras tristes realidades no nosso país. Nosso povo não tem dinheiro e nem comida, e, quando consegue uma coisa ou outra, ainda corre o risco de morrer por isso.

9 comentários:

Anônimo disse...

Érika...seria cômico se não fosse trágico!!!

Anônimo disse...

Evite, tb, de tocar o nariz ou qualquer mucosa depois de pegar em dinheiro —gesto que se faz sem prestar atenção. Idem em teclados, de telefone ou computador, em especial os "públicos". E a turma do caixa 2 dessa escapa, pq o dindin vai pra conta corrente no exterior!!

Anônimo disse...

Jornalismo investigativo, no Brasil, é um tremendo masoquismo...
Érika, onde foste te meter?

Anônimo disse...

Staphilococus não está presente nos alimentos e sim nas FESES.

Ela ataca um organismo através de alimentos contaminados e só inicia sua atuação após ser ingerida.
Lavar as mãos depois de defecar, por exemplo, evita que a bactéria se prolifere.

Érika Bento Gonçalves disse...

Zé Elias, quem sou eu, meu amigo, para fazer jornalismo investigativo! Longe disso!!!! Mas, qual jornalista não é masquista...a profissão já é um sofrimento!!!!! Mas, não deixa de ser tb um paixão!
Valeu o comentário! :)

Érika Bento Gonçalves disse...

Jairo, pois é... como sempre, o pobre brasileiro é que se dana! Os do caixa 2 sequer "sabem" de alguma coisa referente a dinheiro algum, não é mesmo???
Obrigada!!!!

Érika Bento Gonçalves disse...

Maria Luiza, o nosso país é assim... uma tragicomédia... sempre! Ou rimos, ou choramos... quem sabe os 2?
Beijão!

Érika Bento Gonçalves disse...

Anônimo, bem, preferi não atribuir a Staphilococus às fezes para não dizer que nosso dinheiro é uma merd... mas, já que vc tocou no assunto, é verdade. As fezes, as moscas que pousam nelas e nos alimentos e assim por diante. Tudo uma merd... só!!!
Vale a dica do Jairo. Na dúvida, vamos andar sempre com um álcool na bolsa, que tal?

Anônimo disse...

Zé Elias e tb Érika, minha principal razão pq navego por aqui é o jornalismo investigativo. Pode ser idealismo meu (reflexo do lado materno, minha mãe foi jornalista investigativa devidamente cassada), já o pratiquei na defesa do consumidor, portanto, praticável ou não, que reste esse Norte!