Explico: para se ver livre da cassação, Dirceu fez acordos, promessas e (quem sabe) abriu a caixinha do PT aos deputados. Nunca vamos saber exatamente quanto, nem o quê, mas é certo que tentou. E, ao tentar, recebeu mais apoios do que bengaladas? Acho que não... se fosse, Dirceu teria ficado na Câmara ao invés de correr para casa, ironicamente, numa fuga estratégica ao estilo Roberto Jefferson.
Ele sabia que seria cassado. Sabia porque conhece os colegas. Sabe que a permanência dele colocaria em xeque não só a Câmara como também o governo Lula.
A saída de Dirceu tende a esfriar os ânimos daqueles que pedem justiça, mas ainda é pouco. Dirceu pode ser parte, mas não é o todo. E, falando em Roberto Jefferson, a cassação de Dirceu é uma vitória do ex-deputado e da imprensa. As duas únicas vozes que carregaram a massa a um côro de uma só voz: Sai daí, Zé!!!!
Com a saída de Dirceu, a Câmara acaba de assumir que o ex-deputado comandava mensalão, sabia do esquema de corrupção em Santo André, fez - no mínimo - vista grossa no caso Waldomiro e liderou o esquema Valerioduto. Dirceu tentou, tentou e tentou mas não venceu o medo que os deputados têm das urnas no ano que vem.
Benditas sejam as urnas!
E, se a Câmara acredita que o ex-deputado, ex-todo-poderoso, fez tudo o que acusam que ele fez, a lógica é vermos ainda outras cassações, indiciamentos pelas CPIs e... quem sabe... pedido de Impeachment!? Ah, é pedir muito!
Dirceu diz que não fez nada, não sabia de nada, não viu nada nem ninguém. Lula também.
(tentei publicar a foto do ex-deputado levando bengalada mas o blog não aceitou...(!!!!) confira a foto na coluna de Júnia Turra no site Mandando pra Rede)