A Itália vive, hoje, uma economia estagnada. De um lado, a política está parada tentando derrubar o Berlusconi com seus escândalos cada vez mais juvenis, movimentando multidões em praça pública usando como bandeira a luta pelos direitos da mulher. A causa pode ser louvável, mas o uso político de tudo isso é de dar mais nojo do que as próprias aventuras e citações do premier.
Do outro, os bancos fecham cada vez mais as portas e os financiamentos para as empresas. O desemprego cresce, o italiano procura vagas de empregos "inferiores" ocupados por imigrantes que, por consequência, acabam sendo vistos com olhos cada vez mais tortos.
Mas todo ser vivo só perde a batalha quando para de lutar. Mesmo quando pensamos que não existe uma saída, eis que surge una nova ideia, um caminho, um atalho, qualquer coisa que nos mantenha em pé por mais uma hora, duas, um dia inteiro e assim vai.
E eis que surge uma saída (para quem pode!): Fazer as malas e ir para a Suíça!
Cada ano, mais e mais empresas italianas estão se transferindo para o país vizinho onde as taxas de 18% a 23% são extremamente convidativas, em comparação com a média de 43% que paga em média uma pequena indústria, na Itália.Além disso, galpão para uso gratuito por 90 anos. E mais! Dependendo do número de funcionários, as taxas podem chegar a zero. Quanto mais empregos você criar, menos taxas pagará.
Os incentivos são enormes se somarmos ainda à qualidade de vida, investimento na saúde e educação que um país como a Suíça pode oferecer a uma família que tem filhos e se preocupa com o futuro dos mesmos e não apenas com a crise emergencial. Ah! E a burocracia italiana, lá não tem. Em 15 dias o governo suíço coloca todos os papéis em dia para a transferência da empresa e de todo o pessoal para lá.
Com isso, na Itália, se vê cada vez mais placas de "aluga-se" e "vende-se" onde, até pouco tempo atrás, existia uma empresa, uma fábrica, uma pequena indústria, uma loja, um escritório. É triste, é desmotivante, mas nem toda a economia está falida, na Itália.
A CNA (Confederação Nacional do Artesão, da Pequena e Média Empresa) oferece um incentivo de 25 mil euros (quase R$ 60 mil) para uma mulher que deseja começar o próprio negócio. Financiamento a juros zero e com até cinco anos para pagar. Se a mulher precisar comprar um veículo (carro, moto ou furgão) para a atividade, o custo do bem pode ser abatido nos impostos futuros que vier a pagar!
A explicação é simples. Com o desemprego aumentando nas fábricas e no setor de construção civil - cuja mão de obra é basicamente masculina - as mulheres se tornaram a única alternativa de renda dentro de casa. Sem muita oferta de empregos, o governo decidiu investir na capacidade feminina de gerenciamento. Hoje, em média, 25% das empresas italianas são "rosa". E, mal ou bem, estão colocando comida dentro de casa.
Apesar de toda a lamentação de um pequeno grupo que prefere esperar a crise passar, ou esperar que os bancos façam alguma coisa, outros estão buscando alternativas, procurando ser criativos e otimistas porque, afinal, "Um pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade; um otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade" (Winston Churcill).
E viva o otimismo!
Um comentário:
Guardadas as devidas proporções, acontece o mesmo aqui em Portugal.
Isto pra não falar da Espanha, Irlanda, Grecia...
Mas o mundo funciona em ciclos e quando estamos numa fase menos boa, além de paciência, perseverança, dedicação, é preciso trabalhar mais e melhor para reverter o "momentum".
Definitivamente o otimismo não é o forte da Europa...
Parabéns pelo texto e um grande abraço Érika !
Marcello.
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