Quem leu o texto
"Aos meus filhos", do blog Amor & Amizade, sabe que estou num momento de êxtase com minha nova filhinha e, por isso, tenho sido relapsa com meus comentários. Não que interesse a muita gente, mas faz bem falar, confabular, ativar os neurônios, ao invés de só ficar babando na cria. Por falar nisso, ela está linda!
Mas vamos ao comentário.
Não sou expert em nada, muito menos na Reforma Política que tanto querem aprovar. Aliás, principalmente nisso, mas dediquei algumas poucas horas - entre uma mamada e outra - para ler um pouco sobre a reforma.
Aquilo não é uma reforma, é um remendo! Alguns pontos básicos (e tristes):
- as campanhas políticas serão financiadas apenas com dinheiro público;
- os candidatos vão compor uma lista fechada, você vota no partido e o partido elege os que encabeçam a lista (ou seja, os de sempre);
- o candidato tem que estar no partido por um tempo mínimo (2, 3 ou 4 anos, ainda não decidiram).
Parei por aí. Primeiro, porque o financiamento público de campanha não vai evitar que empresas privadas contribuam com as campanhas políticas, pelo mesmo motivo que o fazem hoje: garantir o apoio do candidato caso ele seja eleito. Além disso, a previsão para o gasto de dinheiro público nas campanhas é de R$ 7 por eleitor, o que daria cerca de
R$ 900 milhões.
Como o governo vai arrumar este dinheiro? Desviar das nossas estradas, escolas, hospitais e segurança? Ou o governo pretende aumentar os impostos para garantir essa bagatela de 900 milhões? Não estou gostando nada disso...
Votar no partido e ser refém de uma lista fechada? Também não quero. Tenho o direito de escolher quem eu quiser. Já está difícil escolher, imagine ficar nas mãos da escolha deles! Os pequenos partidos serão extintos. Adeus, PSOL!
E a fidelidade partidária então!? Voltemos ao exemplo do PSOL. Heloísa Helena foi expulsa do PT por defender o ideal petista (contraditório, mas verdadeiro). Como fica o político que sair (ou for expulso) do partido porque este mesmo partido abandonou seus antigos ideais? Ela não poderá ser candidata porque não foi "fiel ao partido"? Quem não foi fiel a quem?
Olha, isso não vai dar certo... estão querendo aprovar este remendo político no final do segundo tempo para garantir as próximas eleições. Eu não quero! Queria uma reforma de verdade: diminuir o número de deputados e senadores; diminuir o tempo da campanha (um mês seria o suficiente); proibir cartazes, folhetos, faixas, banners, brindes e usar o programa eleitoral gratuito para debates em rede nacional; proibir qualquer contribuição financeira para
campanha política (quer ser candidato? venda o carro, a casa, arrume empréstimo, se vira meu caro! Se eleito, já vai receber muito por quatro anos...); e que tal extingir os quase 20 mil cargos de confiança?
A discussão e as idéias vão longe. Mas eu só posso concluir que, do jeito que eles querem, não vai dar certo... acho melhor voltar a babar na cria!