Já, de cara, peço desculpas ao leitor, que não é obrigado a agüentar o meu mau humor. Não é culpa sua, muito menos minha. Eu só não agüento mais tanta canalhice e cara de pau. E não é só do Lula, o protagonista dessa obra de quinta categoria chamada Brasil. São todos! A política se transformou num tapete por onde caminham fortunas, interesses, corrupção e mentiras. E o brasileiro está jogando a toalha. O pior de tudo é não poder ir embora daqui!
Meu marido e eu estamos tentando tirar a cidadania italiana há oito meses. Primeiro, foi a luta para tirar o Passaporte. Essa foi até fácil. Enquanto isso, juntamos os documentos necessários (e são muitos!) e traduzimos para o italiano (com tradutor oficial – uma fortuna!).
Para dar entrada com os papéis no Consulado italiano, precisávamos de uma certidão, que é emitida pelo Ministério da Justiça, que garanta que o imigrante não se naturalizou brasileiro. O prazo para fazer uma droga de busca no sistema e ver se algum fulano de tal é ou não brasileiro, demora quatro meses! Faz cinco meses que fizemos o pedido.
Esta semana, ligamos no Departamento de Estrangeiros, do Ministério da Justiça, para saber quando nos mandariam a maldita certidão. O atendente disse que não fizeram nada, ainda, e que era para mandarmos um e-mail ou fax explicando o que a gente quer.
Como assim “o que a gente quer?”. Queremos ir embora daqui! Qual parte do formulário oficial do MJ que nós preenchemos e enviamos solicitando a certidão – cinco meses atrás – aquelas lesmas não entenderam?
Eu disse, amigo leitor, que eu estava de mau humor!
Viver neste país só perde para o pesadelo que Ingrid Betancourt deve estar passando nas mãos dos amiguinhos de Lula e Chávez, das Farc. A diferença entre aqui e lá é que lá todos sabem que é como um “campo de concentração”, como disse Luis Eladio Pérez, o ex-congressista libertado, essa semana. E aqui, vendem a imagem de paraíso, com programas sociais que cuidam dos pobres e uma economia que gera emprego e riqueza.
Na verdade, o brasileiro ainda não se deu conta de que é como um rato de laboratório. É alimentado, porque precisam que ele esteja vivo para ser a cobaia (ou eleitor). É manuseado, revirado, invadido e se acostumou tanto com isso que acha certo e natural!
Desde quando é certo o nosso dinheiro bancar orgias dos partidos políticos, como vem denunciando o PSDB, sobre a fraude no Orçamento da União? Desde quando é natural termos mais de 50 mil homicídios, por ano, no país; a queda de três aviões da TAM, em um mês, em número de mortos nas estradas; meninas presas em celas masculinas servindo de banquete para a escória das ruas; termos um ministro presidente de partido e ainda ouvi-lo dizer, como um ditador, que “não deixa nenhum dos dois cargos”, ou ouvir o sarcástico Lula dizer para o Judiciário meter o nariz “apenas nas coisas dele”?
Qualquer um poderia encher uma folha com centenas de absurdos que acontecem neste país, todos os dias, aos quais nos acostumamos e, diante dos quais, somos impotentes. Uma impotência sem cura, porque não temos respeito próprio, não sabemos exigir, não temos ferramentas políticas nem jurídicas para isso. O que temos é uma farsa. Não somos nada diante da potência dos Poderes que regem este país.
No domingo (2/03), a Rússia vai eleger o novo presidente. Dmitri Medvedev, candidato do atual presidente, Vladmir Putin, deve vencer com grande vantagem (entre 70% e 80% dos votos). Putin, que será primeiro-ministro, deverá usar Medvedev como uma marionete. Assim, a guerra na Chechênia vai continuar, a miséria, o desemprego, a violência e a falta de esperança, idem.
Está tudo uma droga, por lá, mas não vão fazer nada para mudar. Por que? Medo e zero de auto-estima, um legado de mais de 70 anos de comunismo.
O Brasil (e o brasileiro) segue um caminho conhecido. É por isso que eu quero ir embora! Como disse meu marido em um e-mail – não muito calmo – ao Ministério da Justiça, “Me deixem ir embora daqui!”.